quarta-feira, 13 de junho de 2018


Sinto o esforço do meu corpo

E o que me mantém viva se esvai

Um gás escapando pelo orifício que eu

propositalmente deixei de tampar,

chiando silencioso e imperceptível

Desmaterializo ao me afastar,

basta recuar quatro passos para o afastamento pintar uma tela noturna

Não estou ali, estou sumindo,

não conheço aquelas pessoas, elas não me conhecem

é assim que eu não estou ali

Meu corpo quer estar, não quer me deixar ir

Todo o barulho não é capaz de me dizer nada

Forço a memória

Eu morro enquanto procuro pela música com as notas que me traduzem

mas ela foi embora com a parte que eu deixei ir

que escapou pelo meu pequeno furo